sexta-feira, 20 de março de 2009

Jovens, tecnologia, escola

Hoje pela manhã fui fazer compras e no caminho para o supermercado uma cena chamou minha atenção. Como é pertinho de casa, só tenho um caminho. Na esquina entre os dois pontos citados tem um escola. Sempre que passo por ela, tento prestar atenção no movimento dos jovens que ali estudam, pois é voltada para o ensino secundário (aqui na Noruega eles ainda utilizam as nomenclaturas primário e secundário) e tem muitos alunos. Algumas vezes vejo muito movimento, eles entrando e saindo, outras vezes só vejo o pátio vazio. Mas, hoje quando olhei para o pátio vi um número significativo de jovens (uns 8, de 14 ou 15 anos) conversando em roda. Tentei me aproximar, como quem não quer nada e vi que todos possuíam uma mochila quadrada. Aquilo me deixou ainda mais curiosa, porque aquelas mochilas eram usadas para laptops. Fiquei pensando: será que eles trazem os próprios computadores para escola? Será que é mesmo o que estou pensando? Fui caminhando, me aproximei mais e um deles abriu a mochila e tirou seu laptop. Minha suspeita se confirmou. Abriu o laptop com naturalidade, ligou uma música e deixou a máquina no chão. Todos se sentaram e começaram a abrir as mochilas, tiraram os cadernos e livros, talvez, para terminarem uma tarefa ou para planejarem o fim de semana. Voltei para meu caminho pensando na interação entre juventude, tecnologia e escola. E, na automia que a escola dá para seus alunos levarem os próprios suportes, que serão utilizados no processo de aprendizagem, pelo menos foi o que me veio em mente naquele momento.

Como jovens (essa faixa etária está mais para adolescentes, se seguirmos a classificação etária) utilizam esses laptops na sala de aula? Qual seria o papel do professor nesta situação? Como eles se apropriam desta tecnologia nas atividades cotidianas?

2 comentários:

  1. Achei interessante o relato. Ainda não vi essa situação nas escolas secundárias aqui no Brasil, mas vem se tornado um fenômeno comum nas faculdades (eu mesmo penso em comprar um).

    Creio que alguns alunos usem para gravar as aulas (seja em audio, seja em vídeo). Outros podem usar para se divertir, entrar no orkut, etc. Aí caberia ao professor limitar o acesso. Não tenho muita certeza acerca da situação porque não pensei sobre a questão com mais calma.

    Por enquanto me coloco numa postura mais cautelosa quanto ao uso de laptops em salas de ensino médio. Ainda acredito numa certa parcimônia a esse respeito.

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  2. Olá,
    As fotos da sala de aula revelam a presença de uma tecnologia de ponta fundamental à educação e à sociedade contemporânea: a escrita. É bom não nos esquecermos disso, assim como o fato de que laptops e caDERNOS TÊM UMA INCRÍVEL SEMELHANÇA. Opa, a tecla do Caps Lock foi acionada por descuido e olha aí a ênfase em meu comentário. Procurem observar que entre cálamo, caneta e - que nome se dá à pequena caneta de metal que se usa para escrever no palm top? - o percurso de forma nem foi tão grande assim. Seis milênios e, alargadas as concepções de escrita, as ferramentas tecnológicas parecem manter-se em formato um tanto familiar. Por que temer laptop na sala de aula? Ou ainda estaremos em tempo de rasgar gibi de aluno porque atrapalha a aula?
    Nilma Lacerda

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